Nesta quinta-feira (11/06/2015) iniciou com a celebração da santa missa, as festividades em comemoração dos 60 anos da Paróquia São Frqancisco de Assis em Barra de São Francisco-ES.
A missa de abertura das festividades foi celebrada pelo Padre Aldir Roque Loss, que já trabalhou na Paróquia .
Vejamos um pouco desta história:
Em 15 de junho de 1955 foi instalada a Paróquia São Francisco de Assis pelo então Bispo da Diocese de Vitória, Dom José Joaquim Gonçalves. No ano da instalação da Paróquia, a cidade já apresentava algum desenvolvimento e a energia elétrica era gerada por um motor a óleo. A cidade permanecia iluminada das 18:00 às 22:00 horas.Em 20 de setembro de 1959, quando Dom José Dalvit, o primeiro bispo da Diocese de São Mateus, foi empossado na então Catedral de São Mateus pelo Arcebispo de Vitória, Dom João Batista da Mota e Albuquerque, a Paróquia de Barra de São Francisco estava sob os cuidados pastorais do Pe. Fulgêncio – Passionista. Depois vieram o Pe. Mariano Piacentini e, em 1962, o Pe. Alfredo Sabettaque era um grande administrador.
Segundo registros dos Passionistas, logo que aqui chegaram, os Padres encontraram uma igreja inacabada e já apresentando rachaduras enormes e perigosas. Depois de uma vistoria feita por um arquiteto de Colatina, de acordo com seu parecer, chegou-se a conclusão que melhor seria acabar de demolir a construção em ruínas.(Ilustração – imagem com a junta de bois).Demolida a dita igreja condenada, a etapa seguinte foi uma grande terraplanagem da área, visando a preparação do terreno em vista da futura Matriz, que se queria fosse bonita e bastante espaçosa.
No entanto, Pe. Daniel empreendeu logo a construção de uma primeira igreja que funcionou até a concretização da matriz planejada. (Ilustração – imagem da antiga matriz (hoje Salão Paroquial em construção). Conseguiu a obra em pouco tempo, inclusive trabalhando pessoalmente no ofício de construtor, arrancando e despertando a generosidade do povo. Esta igreja construída pelo Pe. Daniel foi inaugurada em 03 de outubro de 1957 com os Padres Daniel, Fulgêncio e Fernando. Entre os anos de 1955 a 1959 houve na recém-criada Paróquia uma Missão Passionista.
Neste mesmo período estava a caminho a criação das Dioceses de São Mateus e Cachoeiro de Itapemirim que seriam desmembradas da Diocese de Vitória que passaria a ser a Arquidiocese de Vitória.
Em 03 de outubro de 1959, o primeiro bispo da Diocese de São Mateus, Dom José Dalvit, esteve presente no encerramento das missões passionistas iniciadas em 1955 quando se deu a instalação da Paróquia. Ele foi recebido em Boa Vista e acompanhado até Barra de São Francisco por “15 caminhões”. Foi oficialmente recebido na frente da igreja pelo Vigário, pelo prefeito e outras autoridades. Nesta ocasião foram administradas “500 crismas a crianças de qualquer idade”. Foram recepcionados uns 200 novos congregados marianos, quase todos do interior.
De 1959 a 1961, os padres da jovem paróquia de Barra de São Francisco eram: Pe. Mariano Piacentini, Pe. Daniel e Pe. Fernando. Os padres passionistas conseguiram comprar lotes e casas que rodeavam a igreja, devidamente escriturados, conseguindo assim quase a totalidade do morro onde hoje está situada a Igreja Matriz, Casa Paroquial e Salão Paroquial. Em 1961, o Pe. Mariano, depois da volta de Pe. Fulgêncio para São Silvano, realizou a construção de uma área esportiva para a mocidade expandir suas energias físicas e desfrutar da alegria de viver sadiamente (Ilustrar com fotos esta informação).
A jovem Paróquia de Barra de São Francisco recebeu Visita Pastoral do primeiro Bispo Diocesano Dom José Dalvit em 26 de julho de 1960. Na época, o bispo registrou sobre a primeira Comunidade visitada que foi Vila Paulista.
Ao concluir a primeira visita pastoral em Barra de São Francisco, o bispo concluiu que era urgente a necessidade de criar novas Paróquias na região. Assim escreveu: “Paróquia grande que precisa ser subdividida em duas ou três, com redobrado número de padres. Atualmente os padres são três; trabalham talvez demais...” As visitas às capelas acabam sendo corridas e “com pouca instrução religiosa”.
Ao longo do ano de 1961 houve diversas correspondências entre Dom José e o Provincial Passionista na tentativa de conseguir os padres para atender as novas paróquias que se pretendia criar. Apesar de insistentes pedidos de Dom José, a Congregação dos Padres Passionistas, “por não haver padres a disposição, não aceitou o território todo”. Ficou apenas com a Paróquia de Barra de São Francisco. Ficou para o bispo diocesano o desafio da substituição do Pe. Daniel que estava em Ecoporanga.
Com a chegada de Pe. Alfredo em 1962, o projeto de construção da nova Matriz ganhou novo impulso. Foi organizada uma comissão composta por membros da comunidade tendo como secretário o Sr. Adão Simões da Silva que fazia a contabilidade e as correspondências solicitando recursos do exterior para ajudar nos gastos da construção. Muitas cartas foram enviadas para a Itália, Holanda e Alemanha, algumas com sucesso, outras nem tanto.
O projeto era arrojado e precisava ser iniciado. O material que já estava no local após a demolição da antiga igreja, foi reaproveitado para a construção do novo templo. Os Padres Alfredo e Fernando, trouxeram da Itália, um técnico em construção para orientar os demais na feitura da igreja. À época o trabalho dos pedreiros era feito em mutirão e na base da doação de serviço por semana.
A construção da Matriz foi um evento muito marcante e além de movimentar toda a comunidade envolveu a cidade na promoção de inesquecíveis eventos religiosos e culturais.Muitas campanhas foram feitas lideradas pelo padre Alfredo que pedia doações a todos os proprietários. Era muito alegre e carismático. Por isso, ninguém lhe negava o que quer que fosse. Realizava também, quermesses, bingos e torneios esportivos para angariar recursos. Neste trabalho haviam destacados leiloeiros como: Sr. Antonio Henrique Pereira (“Tute”), Sr. Permínio Malaquias de Paula e outros.
Ainda sobre a construção da Igreja Matriz é preciso registrar que boa parte dos recursos foram provenientes de doações adquiridas pelos padres, através de benfeitores de sua terra natal, a Itália. Outra constatação importante é que, durante a construção, não ocorreu nenhum acidente grave com os trabalhadores. A obra foi muito abençoada por Deus.
Enquanto a construção da nova igreja matriz seguia adiante, os padres cuidavam também da formação cristã da família e de cada um dos seus membros em particular. Em vista disso, os padres passionistas criaram diversas Associações Religiosas que reuniam em momentos distintos homens chefes de família, senhoras, rapazes, moças e também as crianças e adolescentes.
A Liga Católica Jesus Maria e José, para os homens casados, já existia e foi fortalecida com realização de diversos congressos; o Apostolado da Oração para as senhoras; a Congregação Mariana para os homens solteiros a partir dos 14 anos de idade que chegou a reunir 184 membros; a Pia União das Filhas de Maria e Santa Inês para as moças. Foi criada também a Cruzada Eucarística para promover a comunhão frequente entre as crianças.
A Cruzada Eucarística reunia crianças na faixa etária dos oito aos catorze anos, de ambos os sexos, com o objetivo de acompanhar a formação na vida cristã, no lar e na comunidade. Os participantes usavam vestes próprias e participavam das missas e das procissões, e cantavam com muito entusiasmo o hino “Somos Pequenos da Cruzada”.
Além destas associações religiosas, muito comum naquele tempo em toda a Igreja, os padres cuidaram de outras atividades tais como: promoção vocacional e formação de futuros religiosos e padres passionistas. Outro marco na história desta paróquia foi a formação do Coral por iniciativa do Pe. Alfredo. Um coral de belas vozes que encantava a todos sempre que atuava nas grandes celebrações paroquiais e mesmo da Igreja Matriz.
(O Coral Pe. Alfredo canta)
Em 15 de fevereiro de 1966, a convite do Pe. Fernando, as Irmãs de Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Castres – Irmãs Azuis – chegaram a Barra de São Francisco. A primeira comunidade foi constituída por: Ir. Inês Maria (Superiora da Comunidade), Ir. Virgínia dos Santos, Ir. Giovana, Ir. Márcia de Araújo e Ir. Rosa Virgínia. As religiosas foram acolhidas calorosamente na Paróquia pelos padres Fernando e Daniel e um grupo de pessoas da comunidade.
Os anos se passaram e outras irmãs que vieram depois são também muito lembradas pelo povo: Ir. Cristina, Ir. Rozimary, Ir. Carla, Ir. Dionízia, Ir. Rogéria, Ir. Stêfana, Ir. Angelina, Ir. Isabel, Ir. Ofélia, Madre Maria Juliene, Ir. Otília, Ir. Odila, Ir. Edvirgens Ir. Cláudia (Luzia), Ir. Lourdes Corona, Ir. Glória, Ir. Dária, Ir. Heloísa e outras.
Logo depois da conclusão do Concílio Vaticano II, Dom José Dalvit iniciou sua segunda visita pastoral na Diocese. Entre agosto e setembro de 1966 ele visitou novamente a Paróquia de Barra de São Francisco e outras duas que dela foram desmembradas: Ecoporanga e Água Doce do Norte. O êxodo rural estava bastante forte. Naquela ocasião o bispo registrou:
“A impressão geral, é de vida religiosa um pouco estagnada. Penso que muito seja devido ao fato da saída de muitíssimas famílias para outros Estados, em busca de uma vida melhor. Os que ficam se sentem desanimados, abatidos, quase que abandonados. E isto repercute também na vida religiosa”. (cf. Pesquisa Arquivos Cúria Diocesana)
Em 09 de abril de 1967, com a presença de Dom José Dalvit e outras autoridades, foi celebrada uma missa campal e abençoada a pedra fundamental do Colégio Santa Terezinha.No dia 1º de maio de 1969, o povo católico de Barra de São Francisco sofreu com uma tragédia que foi o afogamento e morte de Ir. Cristina Luiza que estava há dois anos com a comunidade das irmãs. A tragédia foi durante um passeio comunitário das irmãs.
Em 26 de outubro de1969, ano em que a Diocese de São Mateus completou seu Décimo Primeiro Aniversário, foi inaugurada a nova Igreja Matriz de Barra de São Francisco com bela festa marcada pela presença de muito povo e do Bispo Diocesano de São Mateus Dom José Dalvit que consagrou o altar e benzeu solenemente o templo.
Na placa de inauguração está registrado: A Comunidade Cristã da Paróquia de Barra de São Francisco, guiada pelos Padres Passionistas: Alfredo, Fernando e Daniel, ergueu no tempo este grandioso monumento simbolizando na pedra a firmeza e a perseverança da sua fé”. Os passionistas registraram também para a história: “a Matriz de Barra de São Francisco é o monumento perene do dinamismo dos Padres que ali trabalharam na época a saber: Pe. Alfredo Sabetta, Pe. Daniel Del Bove e Pe. Fernando Vitale... ao lado do entusiasmo do povo francisquense respaldado na ajuda em dinheiro da Alemanha e Itália”.(cf.AmbrosioMarafiota A. p. 276 in Documentos – Arquivo da Cúria Diocesana de São Mateus).
Consta ainda nas anotações dos padres passionistas encontradas na Cúria Diocesana de São Mateus: “Os padres que se dedicaram ao trabalho pastoral na enorme área de Barra de São Francisco, deram o melhor de si e de suas forças. A extensão do território exigiu o desdobramento dos três missionários, os quais atendiam a uma população de 100.000 habitantes. Povoações e córregos distantes exigiam viagens difíceis e, na maioria das vezes, no lombo de animais. Os Padres Fernando e Daniel, foram destacados desbravadores do interior de Barra de São Francisco. Só eles sabem e podem contar as mil dificuldades, perigos, sustos por que passaram e que daria para escrever um verdadeiro romance missionário”.
Em 1970, mais precisamente no dia 28 de Junho, o nosso primeiro Bispo Diocesano Dom José Dalvitse despediu da Diocese. No dia 29, décimo primeiro aniversário de sua sagração, visitou alguns enfermos e pobres; dia 30 pela tarde saiu de São Mateus rumo a Campanha-MG. Dom José Dalvit deve ser lembrado por todos como “homem humilde, zeloso, apostólico, sacrificado, dado à sua missão até o fim, de mil iniciativas, de uma atividade assustadora”.
Chega então o novo bispo em maio de 1971. A notícia foi divulgada no dia 24 pelo Arcebispo de Vitória Dom João Batista da Motta e Albuquerque. Foi numa reunião de padres e irmãs no seminário. A sagração foi marcada para o dia 1º de agosto do mesmo ano.
Já no mês de outubro, o segundo Bispo Diocesano visitou a Paróquia de Barra de São Francisco por ocasião da festa do Padroeiro São Francisco de Assis. Na mesma ocasião estava presente uma equipe da Rádio Aparecida com seu diretor. Sobre este fato notável em Barra de São Francisco, o novo bispo registrou: “É um verdadeiro triunfo que demonstra o quanto o nosso povo liga aquela emissora”. (cf. Pesquisa Arquivos Cúria Diocesana)
Na Paróquia de Barra de São Francisco, em 11 de novembro de 1971 os padres passionistas presentes são: Pe. Alfredo Sabetta, Pe. Fernando Vitale e Pe. Orlando Rodrigues, sendo este último o primeiro padre passionista brasileiro a atuar na paróquia.
Em 07 de fevereiro de 1972 os padres passionistas inauguraram o Seminário, situado atrás da igreja matriz, onde hoje funcionam: residência das Irmãzinhas, Casa da Pastoral da Criança e Cozinha do Centro Paroquial. Na inauguração do Seminário Passionista em Barra de São Francisco, esteve o Pe. Teodoro Foley, Superior Geral da Congregação que se mostrou muito satisfeito quando deparou com 15 jovens vocacionados neste seminário. Para a manutenção dos seminaristas, foi adquirida uma pequena chácara à beira do Rio São Mateus (Cricaré), a 6 Km da cidade, onde os seminaristas exerciam seus trabalhos de acordo com a idade deles. O Pe. Luis Carlos Meneghette iniciou seus estudos neste seminário.
Colaboração: Henrique Fante
Colaboração: Henrique Fante
Fotos: Mazinho do Hospital
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