Na última sexta-feira (20), uma igreja batista localizada em Al-Adhba, Cartum Bahri, no Sudão, foi alvo de um bombardeio. O ataque resultou na morte de vários moradores da região, agravando ainda mais a crise humanitária no país.
De acordo com a organização Missões Mundiais , o templo foi construído sob a liderança da missionária Ludmila, que precisou deixar o Sudão há 12 anos devido aos conflitos. Por razões de segurança, seu sucessor, o obreiro sudanês Filemon, também foi retirado do país.
A guerra civil no Sudão tem se intensificado nos últimos dias, especialmente na região da capital, elevando o número de vítimas. Desde o início do conflito, mais de 12 mil pessoas foram mortas e cerca de seis milhões precisaram abandonar suas casas .
Apelo por oração
Diante dessa realidade devastadora, o pastor João Marcos Barreto Soares, diretor executivo das Missões Mundiais , usou as redes sociais para pedir intercessão:
“Orem pela paz no Sudão. Clamem por conforto e abrigo para aqueles que perderam familiares e tiveram suas casas destruídas. Peçam pela segurança dos nossos obreiros que acolhem os refugiados.”
Conflito no Sudão e perseguição aos cristãos
A situação dos cristãos no Sudão tem se tornado cada vez mais difícil. Além da guerra civil, muitos confrontos religiosos tanto por parte da comunidade muçulmana quanto pelas autoridades locais. Uma das leis em vigor, conhecida como "lei dos rostos estrangeiros" , permite que militares detenham qualquer pessoa suspeita de ser estrangeira em determinadas cidades.
O atual conflito teve início em 15 de abril de 2023 , com confrontos entre as Forças de Apoio Rápido (RSF) e as Forças Armadas Sudanesas (SAF) . Ambos os grupos militares, que governaram o país desde o golpe de outubro de 2021, entraram na guerra pelo controle do poder, resultando em milhares de mortes e no deslocamento de mais de 12,2 milhões de pessoas dentro e fora do Sudão, segundo o ACNUR .
Em meio ao caos, os líderes militares Abdelfattah al-Burhan ( SAF ) e Mohamed Hamdan Dagalo ( RSF ) tentam se apresentar à comunidade internacional como defensores da democracia e da liberdade religiosa. No entanto, divergências quanto à reestruturação do exército impediram o avanço de um acordo que poderia restaurar a transição democrática.
O Sudão ocupa a 8ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2024 da organização Missão Portas Abertas , sendo um dos países onde os cristãos enfrentam maiores dificuldades para exercer sua fé.
Diante desse cenário, líderes cristãos pedem orações e apoio àqueles que sofrem com a guerra e a perseguição.
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